EU APRENDI......

EU APRENDI...........
QUE EU NÃO POSSO EXIGIR O AMOR DE NINGUÉM. POSSO APENAS DAR BOAS RAZÕES PARA QUE GOSTEM DE MIM E TER PACIÊNCIA PARA QUE A VIDA FAÇA O RESTO. (WILLIAM SHAKESPEARE)
AMO A VIDA E A TODOS E ESPERO UM DIA SER AMADA POR TODOS. OBRIGADA DEUS PELA MINHA VIDA.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Velhice, Melhor Idade, por que não?




Velhice, Terceira Idade ou Melhor Idade, por que não?




  A melhor sabedoria que conservo em minha vida, é o amor que sinto por mim, pela vida que recebi de Deus, pois com este instrumento maravilhoso o amor, posso fazer tudo, até mesmos ter você como meu amigo.







AMIGO  SEMPRE....

AO MEU BLOG.....

        Velhice, por que não? Este texto foi escrito por Lya Luft em 2004,quanto ela tinha 80 anos, não sei se ela ainda é viva hoje, mas seu texto esta vivo e recente pois as boas leituras não envelhece. Recebi este texto da vovó que estou cuidando de terça a sextas-feira, ela tem 83 anos, mora em um hospital a três anos, usa um aparelho de oxigênio contantemente, pois não pode ficar sem ele, e me fala a toda hora " eu sou uma mulher de muita sorte, eu sou feliz, olha todo o conforto que eu tenho minha nova filha", Li e com sempre guardei e aqui estou pra rescrever este texto tão atualizado nos dias de hoje......Velhice, por que não?
 É gratificante conviver com uma pessoa tão especial como Dona Maria.

Lya Luft
        Recordo meu assombro quando me dei conta de que, no cinema, passavam-se na tela cenas tórridas de sexo, mas as palavras no letreiro, se mais "fortes", vinham apenas com a inicial seguida de pontinhos.
        Os nomes de certas doenças ainda evitados como se contagiassem. Alguns livros não queremos ler porque   nos inquietam, como se a arte devesse apaziguar ou tapar o sol. Pode ser sábio não ver, não falar, não escutar, mas geralmente é alienação e pobreza da alma.
        Palavras significam emoções e conceitos, portanto também preconceitos. Por isso quero falar de minha implicância com a implicância que temos com os vocábulos - e a realidade - velho, velhice, terceira idade, melhor idade. Eles inspiram receio ou repulsa como nomes de doenças.
        Não me importa como a classifiquem as organizações de saúde, para mim a velhice começa bem depois dos setenta anos. E devíamos ter orgulho de pensar: Bom, aos oitenta anos conquistei minha velhice perdendo coisas, mas acumulando algumas, inclusive a minha idade. Não estou, aos oitenta anos, deteriorado em relação aos quarenta ou vite: estou apenas mudado.
        Por ignorância inventamos jeitos e eufemismo que, em lugar de remediar, acentuam o negativo que envolve os termos substituídos. "Terceira Idade", "Melhor Idade", pior ainda quando escrito junto: "Melhoridade", com toda a boa intenção e até bons resultados, me causam desconforto.
        Nossa visão da passagem do tempo é tão falseada que dizemos: "No meu tempo", nos referindo invariavelmente à juventude.
        Somos tão despossuídos aos cincoenta, sessenta, oitenta anos, que nem  o presente nos pertence? Nosso é apenas o que ficou atrás? Conforme vamos avançando na idade perdemos todos os direitos, inclusive sobre o próprio tempo, como se estivéssemos acabados?
        Ou - por comodismo ou insegurança - inventamos o que o velho pode ou não pode fazer: Mamão morando sozinha naquele casarão? Papai comprando esse monte de roupa nova? Viajar com essa idade? O quê? A essa altura da vida ainda vai querer namorar?
        Porque uma velha dama não pode morar numa casa grande, a não ser por recomendação médica ou segurança? Por que um velho tem de usar sapatos cambaio e calça larga? Por que não podem procurar e curtir uma noca companhia? Solidão não é dever de ninguém, muito menos de um velho.

         Somos contraditório (por isto também interessantes): na época em que mais vivemos, parece haver mais dificuldade em relação ao que se convencionou chamar velhice.
         Para a maioria, ela traz a marca da incapacidade, do feio e da deterioração. É algo a ser evitado com uma doença, um defeito. Não de ser fútil, encarar a vida como um conjunto de gavetas compartimentadas nas quais somos jovens, maduros ou velhos - porém só em uma ideia, a juventude, com direito a alegria e realizações. A possibilidade de ter qualidade de vida, saúde, projetos e ternura até os noventa anos é real, desde que levando em conta as limitações de cada período.

           Este texto é dedicado a uma grande amiga, Mafalda Verissimo, que até sua morte, aos noventa anos, foi uma pessoa atuante e agregadora. A gente não a visitava por ser uma velha dama solitária, mas porque nós é que precisávamos de sua alegria, do seu estímulo. Portanto a velhice pode ser agregadora e bem-humorada, interessante porque interessada. A passagem do tempo não precisa deteriorar, mas pode expandir e refinar.
       
Quando não pudemos mais realizar negócios, viajar a países distantes, talves nem mesmo dar caminhadas, poderemos ainda exercer afetos, reunir pessoas, ler bons livros, usar a internet, observar a humanidade que nos cerca, eventualmente lhe dar abrigo e colo com muito mais amor, pois a velhice nos deu isto de presente.





        Para isso não é necessário ser jovem, belo (significando - carne firmes e pele de seda...) ou ágil, mas ainda lúcido. Ter adquirido uma relativa sabedoria e um sensato otimismo - coisas que podem melhorar com o correr dos anos.
        Porém tendemos a considerar a velhice uma condenação da qual se deve fugir a qualquer custo - até mesmo nos mutilando ou escondendo. No espírito de manada que nos carateriza, adotamos essa postura, que nos paralisa e faz sofrer inutilmente. Isso se manifesta até na pressa com que acrescentamos, como desculpa: "Ah, sim, você está, eu estou, velho aos 80 anos, mas...jovem de espírito!"
        Porque ser jovem de espírito seria melhor do que ter um espírito maduro...ou velho?
        Será pior ter mais equilíbrio, mais serenidade, mais elegância e até bom humor diante de fatos que na juventude nos fariam arrancar os cabelos de aflição?
         Seu rosto enrugado e seu corpo já encurvado emanavam uma alegria de viver que me causou inveja.Por um instante desejei ter chegado ao mesmo patamar - onde muitas coisas pelas quais hoje luto e sofro fossem uma celebração, recobertas de uma beleza menos ilusória.
         Esse encontro mostrou a importância de conquistar o tempo tornando-o nosso bichinho de estimação, em lugar de sermos devorados por ele. E descobrir o tom segundo o qual queremos viver cada fase - também a maturidade e a velhice. 
         Juventude em allegro, maturidade em adágio e velhice em tom de marcha fúnebre - terá de ser necessariamente assim?
          Talvez o concerto da nossa vida exija uma mistura ou encadeamento de tudo isso, em cada fase. Apesar dos descompassos, vai-se instaurar a harmonia possível, e sempre é mais possível do que, na nossa torta visão da passagem do tempo, nós nos permitimos.


Não tenho muito pra falar depois de ler esta mensagem, apenas que sou uma pessoa presenteada por Deus todos os dias, pois hoje convivo com Dona Maria que posso descreve-la assim como a escritora deste texto.

   Ofereço esta mensagem a duas vovós ao qual aprendi muito sobre a felicidade, sabedoria e amor ao próximo.

Dona Rosinha e Dona Amália,  ano de 2009/2010.

OBRIGADA DEUS POR TANTAS OPORTUNIDADES NESTA VIDA!


PAZ E SERENIDADE A TODOS


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